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• 29 de Jul, 2021 • 09:20

Nosso sócio Bruno Valladão faz declaração em matéria publicada no Valor

(Português) Nosso sócio Bruno Valladão faz declaração em matéria publicada no Valor

Nosso sócio Bruno Valladão faz declaração em matéria publicada no site do Valor Econômico.

Credores pedem na Justiça o afastamento do comando da Itapemirim

Ação alega que recursos de leilões de imóveis da companhia não estariam sendo direcionados para o pagamento das pendências da recuperação judicial

Por Cristian Favaro, Valor — São Paulo

21/07/2021

Um grupo de bondholders da viação Itapemirim entrou com uma petição para que os administradores atuais da empresa, inclusive o presidente Sidnei Piva, sejam afastados dos seus cargos pois não estariam fazendo os pagamentos previstos no plano de recuperação judicial. Os credores argumentam que o afastamento seria um passo para evitar que a falência da empresa seja decretada e comprometer o negócio do grupo, inclusive o da Ita, companhia aérea recém-inaugurada.

Em petição, protocolada na terça-feira desta semana, na 1a. Vara de Falências da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, três grupos de credores — entre eles o Banco Mercantil do Brasil, o fundo Ligo Capital e um grupo econômico — apontaram o que seria um uso inapropriado dos recursos por parte da administração.

Os credores argumentam que a empresa não estaria destinando os 80% da receita dos leilões de imóveis para o pagamento das pendências da recuperação judicial, conforme acordado há dois anos. Na contramão, estariam usando o dinheiro em aportes como os feitos na Itapemirim Transportes Aéreos.

No total, as dívidas da empresa com todos os bondholders (não apenas os da petição) engloba US$ 15,9 milhões. Um total de 29%, US$ 4,6 milhões, já deveria ter sido depositado em uma conta judicial até abril deste ano. Os valores são alvo de disputa na Justiça. A empresa, entretanto, só teria depositado até agora US$ 1,1 milhão.

“Essa (o pedido de afastamento dos administradores) é a última tentativa dos credores para tentarem evitar a caracterização do descumprimento do plano e, consequentemente, a convolação da recuperação judicial em falência”, disse ao Valor Bruno Valladão, advogado que representa uma parte dos bondholders.

Procurada, a Itapemirim respondeu, em nota, que as alegações da petição estão “pendentes de decisão judicial e partiram de três credores, de um universo de 4 mil que compõem a Recuperação Judicial”. A empresa argumentou ainda que em 24 de maio pleiteou o encerramento da Recuperação Judicial ”em função do cumprimento do plano” e que o processo ainda depende de decisão judicial.

O passado da empresa é conturbado. Para além das disputas com os credores, há ainda um conflito com os antigos donos da companhia, a família Cola, que pede a anulação da venda ao apontar falsidade ideológica do comprador. Piva diz que as acusações não têm fundamento.

A empresa resolveu entrar em um novo mercado, o de transporte aéreo de passageiros, no meio da maior crise do setor aéreo por causa da pandemia de covid-19.

Segundo Piva há recursos para a empreitada. Ele disse em entrevistas passadas que o grupo é financiado por dois fundos dos Emirados Árabes Unidos com um total de US$ 500 milhões. Até hoje, entretanto, os nomes dos supostos investidores não foram divulgados. Os recursos já estariam entrando no caixa, mas paulatinamente na medida em que metas são cumpridas – o início da operação, por exemplo, era uma delas. Em maio, Piva chegou a dizer em entrevista ao Valor que já usou 30% do valor prometido (não apenas no modal aéreo) e reservou uma parcela para a operação.

A Itapemirim Transportes Aéreos pretende chegar ao fim deste ano com 20 aeronaves e em junho do ano que vem, 50. Todas serão Airbus, sendo 40 unidades do A320 e 10 do A319. Hoje, a empresa opera com dois aviões, mas tem três em solo brasileiro e que devem entrar em operação em breve.

A ideia do grupo é oferecer mais espaço ao passageiro ao optar por configuração de 162 lugares, 18 a menos do que a configuração máxima do A320. O grupo nega que a configuração representaria bilhetes mais caros.

Apesar da aposta, executivos do setor costumam destacar a forte concorrência no mercado nacional, além de custos elevados, com combustível, por exemplo. Cada empresa aérea no Brasil acaba por ocupar uma fatia específica do mercado.

No geral, a Gol se destaca ao oferecer um modelo de frota única, semelhante ao que a Ita pretende fazer. A vantagem é reduzir os custos com manutenção. Além disso, por se tratar de aeronaves maiores, o custo por assento é bem menor. O problema

é encher os aviões no atual cenário, de crise.

No caso da Azul, o destaque é a aviação regional, que demanda aeronaves menores por causa da capacidade dos aeroportos. Por voar sozinha em cerca de 70% das suas rotas, a aérea consegue cobrar mais pelo bilhete. Já a Latam tem forte exposição internacional, segmento com forte encolhimento hoje, além de voar entre os principais aeroportos brasileiros.


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